quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Pensamentos variados

Eu não entendo porque existe essa sinistra obrigação do divertimento. Não sei a partir de que ponto da Historia começou essa palhaçada. Uma das coisas que me parecem mais interessantes de conseguir publicar e me tornar assim, oficialmente escritora, é a licença para a excentricidade. "Ah, liga não, ela é escritora, é excêntrica". Isso seria perfeito. Posso dizer que preciso trabalhar e me trancar no quarto pelo menos 4 horas por dia, sozinha, e ninguém vai achar esquisito. Por que essa necessidade de socialização? Eu não digo que não gosto, eu gosto muito de estar com outras pessoas, mas coisa boa que é silêncio. Quando viajo pra ficar com um grupo de pessoas todo mundo se obriga a ficar junto o tempo todo, beber, jogar, rir, conversar... Bacana, bacana... Tem horas que é bom, que é livre e espontâneo, tem horas que se prestar bem atenção esta todo mundo morrendo de vontade de ir embora, de ir dormir. O primeiro que diz "boa noite", é o rei seguido dos demais eutambém-eutambém-eutambém... Mas é tão triste ficar sozinho! Sera?
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Começo a pensar em como isso seria na pratica, como se aplica quando é impossivel fugir da multidão. Meus avos tiveram 8 filhos. Imagina, 8 filhos! Eu e a minha irmã faziamos uma bagunça insuportavel na casa, imagina 8! Really, really, its not possible. Acho que vou parar no numero 1 ou maximo 2. Quero ter certeza de que poderei ficar em silêncio quando necessario.
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Janeiro esta chegando... Ouvi dizer que preciso procurar um trabalho em janeiro. Não quero, não quero não... Quero ir pra academia, passar 3, 4 horas relaxando o cerebro, meditando nos aparelhos e aulas com musicas ensurdecedoras. Voltar pra casa e me dedicar a escrever, me obrigar a escrever 3, 4 horas. Estudar um pouco de francês. Cuidar da casa, tentar fazer alguns poucos e bons amigos. Quem sabe sair vez em quando pra ver se tem algo de interessante na cidade. Fevereiro começo a estudar, 4 horas por dia. As 4 que passarei na academia + 4 escrevendo, + 4 estudando, 12 horas, me sobram outras 12 que 8 pretendo dormir e 4 são bem boas para me dividir entre o meu amor e os estudos do curso. Passados os 4 meses do curso espero estar falando um francês razoavelmente melhor, mais segura e, com alguma sorte, com uma idéia mais precisa do que eu gostaria de fazer em Paris. Me sinto uma perdida dentro dos meus pensamentos. Ou os meus pensamentos estão perdidos dentro de mim... Quem sabe se daqui a 6 meses eu consigo ja estar com o meu primeiro livro encaminhado, com alguma editora interessada em mim... Isso seria muito bom, muito bom, muito bom... Vamos ver. Se Jesus andou sobre as aguas eu também posso publicar livros. Os milagres estão dentro de nos e so a fé é capaz de fazer com que eles se concretizem. Fé + tentativa = milagre. 
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Tenho sonhado muito. Coisas avulsas, esquisitas, paralelas. Outro dia sonhei que estava gravida. Acontece bastante quando estou gorda igual a uma porca. Sonhei que meu bebê iria nascer no dia 6 de dezembro. Sonho retroativo, pois de fato, o que nasceu dia 6 de dezembro ultimo foi o meu relacionamento com o meu marido, que efetivamente gerou uma vida nova: a minha. Sonho de ano novo, talvez. Também tenho pensado muito nos meus gatos. Mas isso acontece sempre. Eu sinto muita falta deles. Não sei se algum dia vou conseguir me perdoar por tê-los deixado. Espero que Deus compreenda que eu não tinha outra escolha. Mas acho que quando chegar o dia do meu juizo Ele vai me dizer que sempre temos outras escolhas. Voltando a formula basica: fé + tentativa = milagre.
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É dificil entrar num caminho que não se sabe exatamente qual é. Quando me pergunto sobre as coisas que gostaria de fazer, nenhuma me satisfaz. Existem mil e uma possibilidades de trabalho em Paris. Posso inclusive tentar trabalhar escrevendo. Mas a unica coisa que me interessa mais do que tudo é escrever o que se passa na minha cabeça. Não sei a que ponto poderia escrever sobre coisas genéricas. Mas vale a pena tentar.
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Boa sorte pra 2010.
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La vie en rose!!! * Paris!!! * "Você me deixou satisfeito * Nunca vi deixar alguém assim * Você me livrou do preconceito de partir * Agora me sinto feliz aqui"

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Paris, Île de France, France
uma princesa perdida em Paris, eternamente apaixonada por seu principe de barba ruiva